Você descobre que a primeira metade da vida é muito boa, mas da metade pro fim pode ser ainda melhor, se a gente aprendeu alguma coisa com os tropeços lá do início.
Que o pensamento é uma aventura sem igual.
Que é preciso abrir nossa caixa preta de vez em quando, apesar do medo do que vamos encontrar lá dentro.
Que maduro é aquele que mata no peito as vertigens e os espantos.
No meio, a gente descobre que sofremos mais com as coisas que imaginamos que esteja acontecendo do que com as que acontecem de fato.
Que amar é lapidação e não destruição.
Que certos riscos compensam...o difícil é saber previamente quais.
Que subir na vida é algo pra se fazer sem pressa.
Que é preciso dar uma colher de chá para o acaso.
Que tudo que é muito rápido pode ser frustrante.
Que Veneza, Bali e Patagônia são lugares excitantes, mas que incrível mesmo é se sentir feliz dentro da própria casa.
Que a vontade é quase sempre mais forte que a razão.
No meio a gente descobre que reconhecer um problema é o primeiro passo para resolvê-lo. Que é muito narcisista ficar se consumindo consigo próprio.
Que todas as escolhas geram dúvidas. Que depois de lutar pelo direito de ser diferente, chega a bendita hora de se permitir a indiferença.
Que adultos se divertem muito mais que os adolescentes.
Que uma perda, qualquer perda, é um aperitivo para a morte...mas não é a morte, essa só acontece no fim, e ainda estamos falando do meio.
No meio a gente descobre que passar pela vida à toa é um desperdício imperdoável.
Que as mesmas coisa que nos exibem também nos escondem.
Que tocar na dor do outro exige delicadeza.
No meio a gente descobre que fazer a coisa certa é sempre um ato revolucionário.
Que é mais produtivo agir do que reagir.
Que a vida não oferece opção: ou você segue, ou você segue.
Que a pior maneira de avaliar a si mesmo é se comparado com os demais.
Que a verdadeira paz é aquela que nasce da verdade. E que harmonizar o que pensamos, sentimos e fazemos é um desafio que leva uma vida toda, e esse é só o meio.
(Martha Medeiros)